domingo, 5 de julho de 2015

Critica: Sense8

Critica: Sense8.


   Depois de todo o burburinho, das notícias e das polêmicas que sondaram a série Sense8, qual acreditava ser uma trama fraca, de um drama fatídico e fútil, decidi assisti-la, e eis minha surpresa, fiquei tão empolgado e instigado que conclui a temporada inteira em um dia, desde o primeiro capitulo, só parei quando cheguei ao decimo segundo.   

  Começo falando que um dos motivos que me levaram a ver a série foi o trailer, depois descobri que se tratava de um trabalho dos irmãos Lana e Andy Wachowskis, criadores de Matrix (que não é muito minha praia) e Cloud Atlas (já esse eu sou apaixonado) juntamente com J. Michael Straczynski (Babylon 5). Com esses motivos, tive que começar a assistir.

  A história gira em torno de 8 pessoas espalhadas pelo mundo, cada uma diferente da outra, cada uma com seus problemas e suas distintas personalidades.

 Temos Capheus (o britânico Aml Ameen, Maze Runner), jovem africano fã de Jean-Claude Van Damme, tentando conseguir remédio para a mãe HIV positiva; em Seul, a economista Sun Bak (a sul-coreana Doona Bae), especialista em artes marciais; no México, o ator de novelas e filmes de ação Lito (o espanhol Miguel Ángel Silvestre, de Velvet), que tenta manter em segredo sua homossexualidade e seu relacionamento com outro homem; em São Francisco, a transexual e hacker Nomi (a também transexual Jamie Clayton); em Chicago, o policial Will Gorski (o americano Brian J. Smith, de Stargate Universe) tenta se livrar das lembranças de seu passado; em Mumbai, a farmacêutica hinduísta Kala (a indiana Tina Desai) está prestes a se casar com um homem que não ama; em Berlim, o assaltante Wolfgang (o alemão Max Riemelt) tenta se livrar da perseguição do crime organizado; e em Londres, a DJ Riley (a britânica Tuppence Middleton, de Spies of Warsaw), nascida na Islândia, tenta se livrar da dor da perda de seu  marido e filho.


  Quando Sense8 tem início, vemos um casal de sensitivos enfrentando um perigo iminente provocado por Whispers, ou em português sussurros, (o cantor da Broadway Terrence Mann), o vilão da trama, outro como eles, que utiliza seu poder para o mal (assim parece). Prestes a cometer suicídio, Angela (Daryl Hannah) libera nos oito jovens citados acima, o mesmo poder que ela tem. A partir daí a história passa a focar em cada um desses jovens e suas primeiras experiências com o mundo sensitivo.  

  O conceito da série surgiu há cerca de sete anos quando, durante uma conversa, Lana, Andy e Straczynski começaram a discutir a forma como a tecnologia une e divide as pessoas em grupos. Por meio da Internet, pessoas que vivem em diferentes partes do mundo conseguem se conectar e conversar sobre um determinado filme ou programa que estão assistindo naquele exato momento. A questão levantada é: E se esta conexão e troca de experiências pudessem ser feitas sem o auxílio da tecnologia?

  Com essa ideia inicial, de que originalmente somos todos sensitivos, mas cada pessoa pertenceria a um grupo, o indivíduo de um grupo precisa adentrar em outro, e para tal é necessário que ocorra um contato entre os membros através do olhar. Em primeiro tempo, a trama gira em torno dos oito personagens espalhados pelo mundo que se descobrem conectadas através da mente e das emoções, sem a ajuda de algum tipo de dispositivo ou realidades virtuais. Capazes de se ver e conversar como se estivessem no mesmo lugar, eles se ajudam com seus problemas pessoais e imediatos, chegando ao ponto de assumir o lugar um do outro quando necessário.

  Além de enodoar a barreira entre filme e TV, Sense8 acrescenta um pitada do gênero sobrenatural. Sem sair muito da realidade, os Wachowski e J. Michael Straczynski se apoiam em regras pré-definidas e as seguem até o fim. Não há reviravoltas espalhafatosas de se estabelecer na narrativa. Tudo faz sentido dentro daquele contexto.


Tecnicamente, Sense8 empolga com sua arte impecável. Foram meses de gravações em pelo menos oito países e muitas cenas que se passavam simultaneamente em dois, três, até quatro países diferentes. Os melhores momentos da série são com certeza aqueles que mostram os sensitivos como um grupo, voluntário ou não. Afinal, o que um sente, todos sentem.
Mas a maior vitória da série é, de longe, a forma como são retratadas a cultura indiana, americana LGBT, alemã, coreana, latina... não há estereótipos, não há clichês, não há exageros (o que muita gente anda falando que possui, por conta das cenas de sexo, mas no meu ver, essas cenas são muito bem-feitas e apaixonantes). Tudo é normal dentro do seu conjunto e serve seu intento do grupo de sensitivos. Sense8 mostra que ousadia, se feita com maestria conquista os telespectadores. Finalmente, a redenção de Andy e Lana.

  Não posso me esquecer de falar da linda trilha sonora, que dá um toque super especial a cada cena, o que faz nossos corações ficarem ainda mais descontrolados. 

Os 12 episódios da primeira temporada de Sense8 já estão disponíveis na Netflix. Assista abaixo ao trailer da série:

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