sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Resenha: A Idade Dos Milagres



E se os dias ficassem cada vez mais longos - primeiro em questão de minutos, depois horas, até que o dia virasse noite e a noite virasse dia? É isso que acontece no arrebatador livro de estreia de Karen Thompson Walker, um romance sobre crescer e seguir com a vida em uma época extraordinária e incerta.

ISBN: 9788565530088
Ano: 2012
Editora: Paralela
Gênero: Romance Apocalíptico



Hoje a resenha que farei será do livro A idade dos milagres da estreante Karen Thompson Walker que devo admitir fez uma magnifica estreia. Seu livro foi algo inusitado para mim que nem sabia de sua existência e acredito que devo contar toda a trajetória desde que ele chegou às minhas mãos.

  Era época do natal e eu estava voltando do trabalho quando passei numa livraria para comprar presentes para as pessoas que estavam na minha lista, e eis que bato o olho neste livro que julguei pela capa, tedioso e um romancezinho qualquer, então o comprei para presentear uma amiga, que nunca o recebeu.

  Lendo a sinopse com olhos mais críticos pude ver que algo nessa história tinha um ar de diferente, talvez pela temática ou pela forma que imaginei ser narrada. Então comecei a ler, segue então minha resenha.


Resenha


  Imagine que você está dormindo, acorda para fazer seus afazeres diários, e sem esperar nada, liga a TV e deixa no telejornal matinal, eis que de repente o âncora do jornal dá a noticia como se fosse iniciada a terceira guerra mundial, pegando não só você, mas todo o mundo de surpresa... É assim que começa a história.

  A personagem principal é uma criança de 12 anos (a idade onde passa por várias transformações, conhecida como idade dos milagres) chamada Julia, ela é quem nos conta a história de como tudo começou, e apesar da história se parecer muito com uma distopia, prefiro dizer que é um belo e atraente romance, quem me conhece sabe que esse gênero não é a minha praia. 
  
  Aos olhos dessa garota que tem uma cabeça muito madura para seu corpo em desenvolvimento, conhecemos um mundo em pleno colapso, em seus estágios inicias de deterioração, começando pela desaceleração, isso mesmo, desaceleração. O dia passa a ficar cada vez mais longo, as horas aumentam a cada dia, primeiro em questão de segundos, depois em questão de horas, até que dia vira noite e noite vira dia.

  A história segue nesse clima nostálgico de fim de mundo, porém com a percepção de uma garota que está em sua idade de transição, aquela que todo mundo passa, da infância para a adolescência, uma fase que molda muito nossa personalidade. 

  Vemos através dos olhos de Julia como a noticia da desaceleração afeta o mundo, principalmente as pessoas a sua volta como seus pais e o garoto por quem é apaixonada, Seth Moreno, um personagem que é o meu preferido de todo o livro.

  Observamos também que as noticias chegam de supetão até nossos olhos, pois como ela é apenas uma criança, não tem total percepção para saber de tudo do que está acontecendo, e assim como ela, pegamos as novidades soltas e formamos uma coletânea de informações que nos fazem perceber que de fato o mundo está morrendo, mas que também nos faz perceber que as piores catástrofes são aquelas que não podem ser previstas. 

  Percebemos também que estar diante um pré-fim do mundo, efeitos colaterais atingem as pessoas e as tornam piores ou melhores, pois a cada novidade, a cada catástrofe, a cada drama, a cada morte e a cada desgraça os efeitos esperados, são os que não acontecem de fato. 

  Uma coisa negativa que notei no livro é como a escritora detalha os acontecimentos, que por muitas vezes achei entediante ficar preso numa única página lendo apenas uma única cena. Posso dizer o mesmo dos diálogos, que eram escrito entre parenteses, o que não gosto muito, pois sou mais familiarizado com os travessões. 

 O livro passa uma mensagem incrível, de que devemos viver o agora, não ficar esperando os efeitos esperados de algo ruim ou previsto, mas estar atento aos nossos sentimentos, em estar fazendo aquilo de que gostamos, em estar do lado de pessoas que amamos, e principalmente respirar o mundo em que vivemos, preservando-o, amando-o, pois ele é o nosso único lar, a casa que nos acomoda, o teto sobre nossas cabeças, os pais que nos carrega no colo, a escola que nos ensina e solo que encobre nossos corpos quando morrermos, pois a terra é o nosso verdadeiro Deus.

  Devo acrescentar que o livro tem um toque especial no escuro, sua capa fica acessa, o efeito fluorescente é muito lindo. Não sei descrever o quanto amei esse livro. 



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